Alagoas é destaque em pesquisa do CESMAC sobre COVID-19 aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - Ministério da Saúde

Estudo tem como objetivo avaliar os impactos da pandemia de Covid-19 sobre a saúde mental dos estudantes universitários

24/04/2020 às 15h42

A pesquisa científica foi proposta por estudantes de Medicina e pretende entender melhor os aspectos emocionais relacionados ao isolamento social decorrentes da pandemia do novo Coronavírus (COVID-19). O título que trata sobre “Os efeitos da pandemia de coronavírus na saúde mental dos estudantes de ensino superior de Maceió-AL”, pretende apontar soluções para a questão que vem crescendo desde o início de todo esse processo.
A relevância do estudo foi reforçada com a aprovação no protocolo de pesquisas da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP, órgão ligado ao Ministério da Saúde. A iniciativa veio da acadêmica de Medicina Larine Lira, pela identificação com o assunto. “Tenho um interesse especial por saúde mental, tive a ideia da pesquisa vendo artigos relacionados à essa questão de saúde com o isolamento social e procurei as professoras Camila Wanderley (módulo de Saúde Mental) e Aline Tenório (módulo de Bases Cientificas da Medicina).  Junto com minhas colegas nos dedicamos a escrever o projeto e envia-lo para o comitê de ética nacional obtendo aprovação”, explica.

A estudante diz ainda que, “fomos o único estudo de Alagoas a tratar sobre o tema aprovado pelo órgão de acordo com o site e boletim semanal publicado (ver Edição Nº 09) http://conselho.saude.gov.br/publicacoes-conep . Nossa pesquisa tem como objetivo avaliar os impactos da pandemia de COVID-19 sobre os estudantes universitários de qualquer curso, desde que a instituição esteja localizada em Maceió. O estudante é convidado a participar voluntariamente preenchendo o questionário, que é bem simples e rápido. Sabemos que esse período de isolamento tem sido muito difícil e o estudante de graduação vive muitas incertezas, portanto o nosso objetivo é avaliar como o estudante de ensino superior tem lidado com isso, como tem encarado o cenário atual. A ideia é conseguir dados que nos forneçam base para traçar melhores estratégias de amparo ao estudante”.

 

De acordo com a professora orientadora do estudo Camila Wanderley, “estamos vivendo hoje uma situação de muitas incertezas e medo. A pandemia faz com que grande parte das nossas expectativas, projetos e previsões sejam questionadas, gerando a insegurança em relação ao futuro. Nos estudantes além do medo compartilhado com a sociedade, vem também a mudança no fluxo das aulas (interrupções, férias antecipadas, novas modalidades de ensino), que gera uma maior apreensão em relação a um futuro acadêmico e profissional que estava em construção, sendo um gatilho para o abalo na saúde mental desse grupo em específico. A pesquisa vai munir com mais dados sobre os sintomas e transtornos mais prevalentes, quais os possíveis fatores pessoais e externos que podem estar relacionados a esse sofrimento mental e, dessa forma, conseguir auxiliar esses estudantes, com medidas que possam acolher e ajudar diante da conjuntura”, alerta. A docente é formada em Medicina pela UFAL, tem residência em Psiquiatria pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE e atualmente é professora de Psiquiatria do CESMAC e da UFAL.

“A pandemia da COVID-19, adquiriu proporções mundiais, cujos impactos econômicos, sociais e de saúde pública são, até a presente data, incalculáveis. Dentre os diversos impasses gerados nessa crise mundial está a temática da saúde mental dos indivíduos durante o período de isolamento social. Diversos estudos internacionais ressaltam que houve um aumento de indivíduos com problemas psíquicos que podem compreender desde ansiedade, ataques de pânico, depressão, estresse pós-traumático e inclusive o medo excessivo da morte”, afirma a docente Aline Tenório, coorientadora da pesquisa.

A pesquisa consiste em responder ao questionário on-line (acesse no link: https://bit.ly/covid19maceio ) de forma voluntária, bem simples e rápido. Todas as respostas são anônimas, nenhum dado como nome ou e-mail do voluntário é solicitado. Para participar basta o estudante acessar (colocar o link) e responder.  Além de Larine Lira, também participam as alunas Manuela Silvestre, Mayara Amaral, Stefanie Pires e Victoria Nagila. O grupo criou uma página no Instagram @covidmaceio para ajudar na divulgação e captação de acessos e participações.