Pesquisa MPPS/Cesmac reforça importância de cuidados com os pets. Cães e gatos devem ser evitados como presente de natal

Estudo foi desenvolvido pela Médica Veterinária Evelynne Marques de Melo, no Mestrado Profissional Pesquisa em Saúde (MPPS/Cesmac)

23/12/2020 às 12h25

Pesquisa nacional RADAR PET BRASIL (2020) e estudo sobre “Acesso dos tutores de caninos e felinos ao médico veterinário e o conhecimento sobre zoonoses em Maceió-AL, pesquisa desenvolvida pela Médica Veterinária Evelynne Marques de Melo, no Mestrado Profissional Pesquisa em Saúde (MPPS/Cesmac), e apresentada na VI Semana de Medicina Veterinária da Ufal – Semvet (v. 2, 2019), chamam a tenção para a necessidade de planejamento na decisão de receber cães e gatos em casa.

Com chegada das festividades de final de ano as pessoas tendem a oferecer presentes e também receber, porém animais devem ser evitados como opções. A recepção de um cão ou um gato em uma família deve ser planejada, pois requer um custo financeiro mensal permanente na vida da família para a manutenção das necessidades dos animais, o que demanda uma preparação para encaixa-los no orçamento.
Uma pesquisa nacional evidenciou que a forma mais comum da origem de “pets” cães e gatos nas famílias brasileiras foi “presenteado”, seguida dos que são tidos como “encontrados abandonados”, na sequência vem a origem “feira de adoção”. Estas formas podem ter relação entre si, dadas as dificuldades financeiras das famílias em custear a manutenção dos animais ou até mesmo pela decisão de não incluir no orçamento, acaba ocorrendo o abandono animal. Essa realidade gerou no país a criação e atuação das ONG’s e grupos de proteção animal.
A pesquisa nacional, também mostrou que o custo mensal para manter um cão doméstico é em média 224 reais e rum gato é de 168 reais, com alimentos, banhos e acessórios. Os valores citados ainda não incluem a assistência veterinária, uma necessidade na vida dos animais.
Os cuidados são específicos, no caso de cães, dependendo da raça, os custos incluem serviços estéticos/sanitários para a pelagem com banhos e tratamento especializado. Já no caso de gatos, há necessidade de investir em areia química higiênica para organizar e garantir um local para defecar e urinar, o que é imprescindível, pois não se pode usar areia de construção ou de praia, por exemplo, devido aos riscos sanitários.

Para prevenção de doenças existe a necessidade anual de vacinação e semestralmente de controle parasitário com medicações contra vermes. O alimento adequado para estes animais é ração comercial e os preços são variados. O custo pode aumentar a depender do porte do animal.
Quando adoecem, os custos tendem a variações. Em média uma consulta com um médico veterinário fica em torno de 100 reais. A pesquisa acadêmica realizada com tutores de cães e gatos em Maceió-AL, apresentada em evento científico da UFAL, revelou que “38% dos entrevistados levaram os animais (cães e gatos) ao médico veterinário apenas diante de doenças visíveis”. Esse comportamento também foi observado na pesquisa nacional RADAR PET (2020), “com 57% dos donos de cães e 50% dos donos de gatos”. De modo geral, as pessoas perdem de estabelecer as medidas preventivas, sendo comum o susto com custos necessários dos serviços veterinários diante das doenças, por exemplo.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE - 2019), metade dos brasileiros sobrevivem com uma renda média de 438 reais, o que acaba sendo um fator importante para compreender a manutenção animal pelas famílias brasileiras, uma vez que no país é livre a criação de cães e gatos para todas as classes sociais. O vínculo de responsabilidade do brasileiro com esses pets, ainda é fragmentado.

A pesquisadora também falou sobre o assunto em entrevista ao AL TV 1ª Edição - TV Gazeta. Confira no link: https://globoplay.globo.com/v/9088190/