Cesmac lamenta precoce falecimento da egressa Priscyla Andrade

A Médica Veterinária era pernambucana e morreu vítima da Síndrome de Haff, conhecida também como doença da urina preta

02/03/2021 às 18h21

Priscyla Andrade, Médica Veterinária formada pelo Cesmac, de apenas 31 anos, faleceu hoje (02), na cidade do Recife (PE). A egressa estava internada desde o dia 17 de fevereiro após apresentar sintomas provocados pela Síndrome de Haff, popularmente conhecida como "Doença da Urina Preta". Em nota a Instituição lamenta a precoce partida da jovem, que deixa muita saudade em todos os familiares e amigos (confira a nota no final da matéria).
A morte foi confirmada pela mãe da vítima, empresária Betânia Andrade, em uma rede social. "Priscyla, o céu hoje estará te recebendo com muita luz na casa do pai e aqui jamais esqueceremos a sua humildade, caráter da sua eficiência profissional, meiga, linda, alegre, sorridente e cheia de luz. Seu sorriso vai ficar na minha memória eternamente. Seus pais, irmãos, sobrinhos, Matheus, parentes e amigos. Deus te recebe de braços abertos minha filha linda", declarou Betânia Andrade. A médica deu entrada no hospital após ingerir, em um almoço na casa da irmã Flávia Andrade, o peixe de espécie Arabaiana. De acordo com a mãe, após cinco horas a médica telefonou informando que não estava se sentindo bem. Ainda durante a ligação, Betânia informou que a filha passou a gritar pedindo socorro e comunicando estar sentindo dores nos músculos e, em seguida caindo no chão.

Para a Coordenadora do curso de Medicina Veterinária do Cesmac, Profa. Gilsan de Oliveira, "Priscyla era uma menina maravilhosa, doce, meiga, atenciosa e com um coração do tamanho do mundo. Lecionei muitas disciplinas para ela e temos muito orgulho de tê-la tido como aluna. O que fica é todo o amor e luz deixados por ela", declara.
Os amigos formados na graduação ficaram até hoje, como é o caso da Profa. Ana Cláudia, egressa da mesma turma de Priscyla, que declara: "Amiga querida, fazíamos parte de um grupo ,só de menina ,que durante cinco anos compartilhamos nossas vidas. Momentos inesquecíveis e com certeza, jamais lembraremos deles sem lembrarmos  da Saudade que hoje invade nossos corações e sem a dor que hoje é física. Hoje ela foi embora da nossas vidas , mas jamais irá embora da nossa história nem da nossa memória. Deus a tenha a seu lado", externa a docente.
 

 

Houve registro de casos no Recife e, no início de fevereiro, foi registrado um aumento de mais de 200% no número de pacientes na Bahia. A Síndrome de Haff, conhecida popularmente como "doença da urina preta", acometeu duas mulheres que consumiram peixe no Recife e pacientes em cidades da Bahia, neste mês. De acordo com médicos, a enfermidade pode levar à degradação de músculos e a outros sintomas mais graves, como insuficiência renal.
(Com informações do Portal Diário de Pernambuco. Acesse https://bit.ly/3sGj5ZH  e confira a matéria completa).

 

 

Sobre a Doença

 

O portal de notícias G1 PE publicou mais detalhes para esclarecer sobre o que é a Síndrome de Haff, quais as causas, sintomas, qual o motivo da urina escurecer, entre outras questões. Confira abaixo alguns trechos:
O que é a Síndrome de Haff?
De acordo com infectologistas, a Síndrome de Haff é causada pela ingestão de pescado contaminado por uma toxina capaz de causar necrose muscular, ou seja, a degradação dos músculos. Outros sintomas da doença são decorrentes desse quadro.
O que causa a Síndrome de Haff?
De acordo com o infectologista Tiago Lôbo, a doença está associada ao consumo de peixes como arabaiana, conhecido como olho de boi, e badejo. No entanto, a forma como o animal é contaminado pela toxina que provoca a doença não é consenso entre especialistas.
 
"A doença ocorre quando a gente consome peixe com uma toxina que provavelmente é associada ao consumo de algas marinhas", disse Lôbo, que trata casos da doença na Bahia, onde houve um aumento de mais de 200% dos casos no mês de fevereiro.
"A principal teoria é que as algas carregam toxinas, esse peixe come e a toxina fica armazenada na carne do peixe. O paciente acaba sendo intoxicado durante a ingestão e a toxina vai para os músculos", explicou o médico.
No entanto, o médico infectologista Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirmou que a doença está associada ao acondicionamento dos pescados. "A hipótese principal é a de que, mal conservados, os peixes acabam produzindo uma toxina que tem uma ação direta no músculo, provocando algo chamado rabdomiólise, uma necrose muscular", disse. O médico também associou o tambaqui, peixe de água doce, com a Síndrome de Haff.
O infectologista pernambucano Filipe Prohaska, por sua vez, afirmou que existem estudos sobre essas duas formas de contaminação dos peixes, mas a por meio de algas com a toxina está em fase de estudos. "Se fosse um problema de transporte ou de vários peixes, deveríamos ter mais casos, mas no Recife, tivemos casos específicos", afirmou.
Segundo Lôbo, a doença também pode ocorrer com o consumo de outros tipos de frutos do mar. "No caso de acarajés ou moquecas que levam o peixe contaminado, é possível que a toxina também esteja lá, mas não é tão comum", afirmou.
Por que a urina fica escura?
Um dos sintomas Síndrome de Haff, a urina escurecida é uma consequência da liberação de uma substância chamada miogobina no corpo. Essa proteína, tóxica para os rins, é liberada pelo próprio organismo, com a necrose muscular - outro sintoma provocado pela Síndrome. "Quando ocorre a necrose muscular, existe uma proteína chamada mioglobina que tem uma cor escura e acaba passando para a urina. Os sintomas da síndrome acabam sendo decorrentes da necrose muscular", disse o infectologista Paulo Olzon.
Confira a publicação na íntegra acessando https://glo.bo/3baLG3m e saiba mais.
 
Confira abaixo a Nota publicada pelo Cesmac: