O Centro de Pesquisas Clínicas CESMAC/Hospital do Coração de Alagoas - HCAL), vai participar de importante estudo envolvendo pacientes suspeitos e confirmados do novo Coronavírus (COVID-19), em tratamento ambulatorial.

O Centro de Pesquisas faz parte de um grupo de aproximadamente 100 centros, coordenados pela Coalizão COVID Brasil, sendo o estudo ambulatorial liderado pelo renomado pesquisador brasileiro Álvaro Avezum, diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz em São Paulo. O estudo tem o caráter humanitário, reforçando o papel social do compromisso com todos os pacientes contaminados em meio a pandemia que assola o mundo.

Serão recrutados cerca de 1.300 pacientes em todo Brasil, num estudo randomizado, controlado por placebo. O protocolo terá, em média, a duração de 60 dias (de recrutamento), com seguimento telefônico em 07 e 30 dias, e ainda seis meses após a randomização. O objetivo é, em meio a tantas incertezas, responder à comunidade científica se “hidroxicloroquina” é eficaz e segura para diminuir a necessidade de hospitalização e complicações da COVID-19.

Devido ao caráter excepcional dos protocolos envolvendo a COVID-19, o Comitê de ética local referendará o parecer de aprovado emitido pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP, sem descuidar, no entanto, da segurança que cercarão os participantes da pesquisa.

O Dr. Marco Mota, investigador principal do centro de pesquisas na Instituição, diz estar confiante na seriedade do projeto, que pretende definitivamente dar uma clara resposta à ciência. “A ideia é convidar a população que chega no hospital e apresenta sintomas da COVID-19, como febre, dor de garganta e tosse, que é mandada para casa e orientada ao confinamento, sem estabelecer medicação, além de antitérmico se houver necessidade. É justamente esse grupo que vamos convidar para participar desse protocolo. A pesquisa vai observar se ocorre uma diminuição nos internamentos, ou seja, a não hospitalização do paciente”, detalha.

O pesquisador afirma ainda que, “o estudo pretende avaliar a substância em três situações: serve ou não, é segura ou não e ainda nenhuma dessas possibilidades, não serve e também não é segura. Mas tudo isso com o cunho científico, pois ciência se constrói assim. Temos casos de estudos com medicamentos novos que levam quinze anos para aprovação, diferente da situação crítica de pandemia que se vive hoje, onde uma resposta rápida pode salvar milhões de vidas”.

A pesquisa também tem a participação da estudante do 5º período de Medicina Camila Gonçalves Leão. A acadêmica firma que, “ter a oportunidade de fazer parte desse importante estudo, tendo ampliação nacional  e com a equipe do Centro de Pesquisas CESMAC/Hospital do Coração de Alagoas, em parceria a excelentes Centros de Pesquisas de todo o Brasil, sobre um tema importante é imensamente gratificante, principalmente pelo momento de pandemia que estamos vivenciando, com o propósito de alcançar respostas fidedignas à toda população mundial. Além do aprendizado científico, participar dessa pesquisa ao lado de grandes e admirados profissionais, me proporciona conhecimentos práticos que são agregados aos dos livros e da sala de aula. Agradeço a todos os profissionais que me ensinam e acolhem diariamente, é um imenso prazer caminharmos juntos em prol da saúde digna”.

Estrutura

O Centro de Pesquisas Clínicas CESMAC/Hospital do Coração de Alagoas – HCAL, foi inaugurado pelo Centro Universitário CESMAC em setembro de 2017. O espaço, coordenado pela Profa. Dra. Annelise Paiva, se configura como canal de desenvolvimento de pesquisas em conjunto com a indústria farmacêutica para a criação de novos fármacos.

O processo envolve o estudo de moléculas, que são testadas pela indústria farmacêutica e depois, já nas fases três e quatro, são trazidas para o Centro de Pesquisas para que sejam devidamente estudadas em humanos. O local conta com equipamentos importantes e necessários para uma clínica de cardiologia, como o Tonômetro de Aplanação, que trabalha com a parte de hemodinâmica central.