Doutora em imunologia e docente do curso de Medicina do CESMAC explica como será vacinação contra a COVID-19

Dra. Cristiane Monteiro da Cruz também esclarece dúvidas sobre o assunto

21/12/2020 às 12h15

A Dra. Cristiane Monteiro da Cruz e também docente do curso de Medicina do Centro Universitário Cesmac, falou sobre a vacina da COVID-19 e também esclareceu dúvidas sobre todo esse processo. Em entrevista ao portal Cada Minuto (https://bit.ly/3p9u3VW)  a doutora, juntamente com outros profissionais da saúde e órgãos públicos, explicou como deve acontecer a vacinação e o processo de imunização.

A pandemia do novo coronavírus veio sem avisar e mudou totalmente a rotina das pessoas, empresas e o convívio social. O principal questionamento sempre foi qual medicação iria conseguir frear a contaminação no Brasil e em Alagoas, que chegou em alguns momentos a ser incontrolável. A chegada da vacina tem sido aguardada como uma esperança capaz de deter o avanço da doença.
No entanto, durante todo esse processo, os cientistas têm buscado esforços para que em um tempo recorde, uma vacina contra a COVID-19 possa está disponível em todo mundo. No entanto, é preciso entender que a ciência tem etapas a cumprir até que a vacina, que ainda passa por estudos, venha ser aplicada na sociedade.

Dentre todas as vacinas que seguem em estudos, duas delas contam com acordos para serem produzidas no Brasil pelos dois maiores produtores de imunobiológicos do país, caso se comprovem eficazes pelas autoridades sanitárias. De um lado, está a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela empresa AstraZeneca, no Reino Unido, que será produzida pela Fiocruz. De outro, aquela que está em estudo pela empresa Sinovac, na China, que tem acordo de produção com o Instituto Butantan.
Em meio a tanta informação cientifica e técnica, parte da sociedade que não possui um entendimento claro sobre os fatos que rodeiam a temática das vacinas acabam sendo “acolhidas” pelas temidas Fake News, que tem feito com que algumas pessoas afirmem que não vão tomar a vacina.
A Biomédica formada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutora em Imunologia formada pela Universidade da Califórnia e Pós-Doutora em Imunologia da Infecção, Dra. Cristiane Monteiro da Cruz, afirmou que em meio a tanta informação falsa, é preciso seguir as instruções dos órgãos competentes que são responsáveis por verificar, analisar e emitir um parecer favorável ou não a uma vacina. “A população deve seguir os órgãos competentes, como a ANVISA”, esclareceu.
A doutora em Imunologia, Cristiane Monteiro, salientou ainda que todos devem se vacinar, inclusive aqueles que já foram contaminados. “O vírus ainda é muito novo e não sabemos quanto tempo a imunidade é capaz de durar”. Ao ser questionada sobre a imunidade 100% daqueles que tomarem a vacina, Cristiane foi realista e buscou responder baseada no conhecimento técnico, mas afirmou que vacinar é preciso. “A imunidade está associada com uma resposta celular e de anticorpos do organismo. As vacinas visam preparar o organismo para o encontro com a COVID, logo, todas as pessoas vacinadas estarão mais preparadas para se defender”, disse.
 
Duas doses
Dra. Cristiane Monteiro da Cruz, que também atua como Professora de Imunologia, no curso de Medicina do Cesmac, realizando pesquisas nas áreas de Imunologia clínica, doenças autoimunes e virologia, explicou como vai funcionar cada dose da vacina. “A primeira dose irá ensinar ao organismo a responder contra o vírus. A segunda dose irá acelerar o tempo de resposta do organismo à infecção do vírus e aumentar a quantidade de anticorpos produzidos contra o vírus”, frisou.
 
Há riscos de tomar a vacina?

Devido ao tempo em que as vacinas foram desenvolvidas, a falta de informação e as Fake News geram dúvida e incertezas na população, quanto a qualidade e os riscos que as vacinas poderiam ofertar. Entretanto, conforme explicou a Biomédica, Dra. Cristiane Monteiro, os recursos econômicos elevados e o esforço coletivo acabaram resultando na produção de diferentes vacinas seguras, cumprindo todas as etapas do processo de desenvolvimento.
"Avaliaremos o tempo de eficácia nos indivíduos depois do primeiro ciclo. O processo de certificação inclui avaliar os riscos ou não da mesma. Lembrando sempre que febre e dor local são respostas normais ao processo vacinal, visto que há a mobilização do sistema imunológico para iniciar o processo de defesa contra o agente”, finalizou.
 
(Também com informações do Site Cada Minuto)