Estudantes de Direito do Cesmac participam de atividade com povo Kalankó

Ação faz parte das atividades de Pesquisa Extensionista.

20/04/2018 às 10h35

Graduandos do curso de direito do Cesmac, passaram o feriado da Semana Santa focados nas atividades de pesquisa. O grupo do projeto “As relações de parentesco da comunidade Kalankó”, orientado pelo professo Jorge Vieira, se deslocou até o município de Água Branca, situado aproximadamente a 308 km da capital, para participar de uma verdadeira imersão na comunidade.
Foram cinco dias, de 28 de março a 01 de abril, convivendo com a população Kalankó, e participando do dia-a-dia da comunidade. Para o estudante Ronaldo Cardoso, essa inserção é muito importante, “pois nós vamos trabalhar questões muito pessoais e peculiares ao indígena, como as questões da terra e relações familiares e de afeto entre os seres e eles. Então é algo que necessita grande proximidade e confiança”.
Para Evellyn Bulhões, estudante de direito e indígena da etnia Funil-iô, a relação com o povo Kalankó é de extrema importância para o progresso da pesquisa e completa: “eu me senti muito à vontade, porque eles são extremamente simpáticos e receptivos”.
O entusiasmo dos alunos não é por menos, “a recepção é sempre magnífica, são muito atenciosos e nos tratam com muito carinho. É uma relação quase familiar”, disse Ronaldo.
Durante a visita, os acadêmicos desenvolveram atividades educativas com as crianças, com pinturas e músicas, reunindo crianças dos diversos aldeamentos da comunidade Kalankó (Quixabeira, Januária e Lajeiro) para um momento de lazer. Alexsandra Leite, estudante do curso de direito, explicou “a proposta das dinâmicas era abordar de maneira subjetiva algumas situações, como trabalho em grupo, cabo de guerra e enlaçados; criatividade, pintura das orelhas; e capacidade de lidar com algum problema e resolver, passe e repasse”.
Também puderam acompanhar o ritual de Páscoa dos Praiás, momento de purificação e agradecimento para os povos indígenas. Ninha Kalankó, que faz parte da aldeia, explica que o tempo de ritual é uma verdadeira alegria, uma energia muito forte: “é um tempo em que todo mundo fica junto, e pessoas juntas, assim sempre transmite alegria uma ‘pra’ outra, sempre transmite uma energia boa. Eu me emociono a todo instante”.
Para finalizar, Ronaldo explica que a relação entre a academia e o sujeito de pesquisa deve ser feita de forma natural: “faz um ano que a gente trabalha, eu o NAFRI (Núcleo Acadêmico Afro e Indígena), o professor Jorge Vieira, a equipe do projeto, para conseguir galgar esta relação de confiança”. E completa dizendo que esse vínculo de confiança aumenta a cada visita, mantendo-se harmônica e frutuosa para ambas as partes.
Colaboração: Prof. Jorge Vieira (Coordenador do NAFRI) e Maria Eduarda (Monitora e estudante do curso de Jornalismo)