Professores do Cesmac homenageiam Maceió dando nome para uma nova espécie de parasito de peixe
Artigo que descreveu duas novas espécies de parasitos de peixes, foi desenvolvido em parceria com pesquisadores dos estados de Alagoas e do estado de São Paulo
07/06/2022 às 10h28
O trabalho intitulado: Taxonomy and Systematics of Two New Species of Myxobolus (Cnidaria: Myxobolidae) Parasitizing the Gills of Mugil curema (Mugilidae) from the Brazilian Coast, foi publicado no importante periódico internacional com sede na Polônia, Acta Parasitologica, e descreveu duas novas espécies de microparasitos do gênero Myxobolus, denominadas de Myxobolus curemae, homenageando o peixe hospedeiro e Myxobolus maceioensis.
O nome teve o propósito de homenagear o importante município do estado de Alagoas e também chamar a atenção para importância dos estudos que explorem a biodiversidade em ecossistemas que sofrem com degradação, como é o caso do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba. O peixe estudado é muito consumido pela população brasileira e conhecido como Tainha, nome científico, Mugil curema.
Os peixes foram pescados em duas localidades distintas, nos litorais paulista e alagoano. O trabalho é parte de um projeto fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas – FAPEAL e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP. Em Alagoas, a pesquisa é coordenada pelo Prof. Dr. Rodney Kozlowiski de Azevedo e conta com a colaboração da Profa. Dra. Vanessa Doro Abdallah Kozlowiski, ambos especialistas no tema e docentes do Programa de Pós-Graduação em Análise de Sistemas Ambientais – PPGASA/Cesmac.
“Temos que formar pessoas que possam trabalhar com taxonomia, ou seja, que tenham capacidade de identificar as espécies presentes em ambientes tão impactados como por exemplo o Complexo Estuarino Lagunar onde desenvolvemos nossos trabalhos, pois com as ações antrópicas que promovem a degradação, muitas espécies de peixes correm risco de extinção e algumas dessas espécies apresentam alguns parasitos que podem ser importantes como bioindicadores de qualidade ambiental e podemos perder essa importante ferramenta de diagnóstico, caso os peixes sejam extintos”, explica o Professor Rodney.
O Pesquisador ainda afirma que trabalhos dessa importância, podem chamar atenção internacional para investimentos em conservação de nossos recursos hídricos e contribuir com as políticas públicas de municípios, estados e da União.