Sesau lança app “Fica Bem” fruto de projeto do Mestrado Profissional Pesquisa em Saúde do Cesmac

Iniciativa vai facilita denúncias de abusos sexuais praticados em Alagoas

25/11/2020 às 17h56

O Lançamento aconteceu no início desta semana, pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá. O aplicativo Fica Bem é fruto de um projeto no Mestrado Profissional Pesquisa em Saúde (MPPS), do Centro Universitário Cesmac, coordenado pela Profa. Dra. Sonia Ferreira. O estudo intitulado “Desenvolvimento de um Software para apoio à Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual em Alagoas”, foi desenvolvido pela mestranda Isabela Valente Reis, com a orientação do Prof. Dr. Kevan Nóbrega.

Durante a solenidade o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, destacou a importância da iniciativa. “Agradeço ao Cesmac, na pessoa do Reitor João Sampaio, que sempre realiza essas parcerias e com tanta atenção tem dedicado a nossa gestão da saúde importantes diálogos para que possamos seguir avançando, seja na troca de experiências com a abertura de espaços para os residentes da instituição atuarem em nossos hospitais e em parcerias como essa, que podem ser ampliadas, pois temos outras ideias e necessidades no campo das políticas públicas de saúde. A saúde de Alagoas está agradecida e vai continuar contando com a parceria do Cesmac”, reforça.

O objetivo é facilitar, agilizar e reduzir a subnotificação das denúncias de abusos sexuais praticados em Alagoas, garantindo que as vítimas sejam assistidas integralmente. O app, que foi disponibilizado à Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual de Alagoas (Ravvs/AL), coordenada por Camille Wanderley, poderá ser utilizado pela população, e também pelos profissionais do Conselho Tutelar e da Saúde, Educação, Assistência Social e Segurança Pública.
Para o coordenador do estudo, “o lançamento foi muito importante, pois auxilia no aumento da notificação da violência sexual no estado de Alagoas”, afirma Kevan Nóbrega. O trabalho foi possível devido a parceria que o docente desenvolve com a Ravvs em Alagoas.
De acordo com a órgão vinculado à Sesau, somente de janeiro a outubro deste ano, foram denunciados e computados 561 casos envolvendo abuso sexual. O atendimento às vítimas ocorreu na Área Lilás do Hospital da Mulher e no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió; no Hospital IB Gatto Falcão, em Rio Largo, e no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca. Das 561 denúncias de violência sexual registradas nos primeiros dez meses deste ano, mais de 450 culminaram em atendimento na Área Lilás, localizada no Hospital da Mulher.
As denúncias podem ser feitas todos os dias da semana, durante 24 horas, através do telefone (82) 9 8882-9765 ou presencialmente, no Hospital da Mulher (HM), no bairro Poço, em Maceió, onde o serviço está sediado. No Estado de Alagoas, em 2019, 91% das vítimas captadas pela Ravvs são do sexo feminino e 79% crianças e adolescentes na faixa etária de 0 a 17 anos que, por serem pessoas em desenvolvimento, precisam da efetivação do cuidado pelo Estado, Família e Sociedade Civil, como garante a Constituição Federal de 1988.

O Prof. Dr. Rodrigo Guimarães, Coordenador Geral de Extensão Universitária do CESMAC, que representou a reitoria da Instituição na solenidade de lançamento, destacou: “O Mestrado Pesquisa em Saúde foi criado em 2012 e desde então nós temos formado anualmente profissionais com qualificação relevante, em especial na área de saúde.  Quando tratamos sobre um aplicativo contra a violência sexual nos queremos trazer algo de acesso à população, ainda mais pelo fato das redes sociais e tecnologia de celulares hoje estarem livres e com mais acessibilidade, sendo uma forma da comunicação chegar dentro das casas. Esse app permitirá que algumas pessoas do seu convívio, vizinhos e pessoas da comunidade tenham acesso a esse tipo de atendimento, com isso, efetivando a relevância da pesquisa científica para a sociedade. Portanto, por meio da parceria com a Sesau estamos lançando não apenas um simples aplicativo, mas um produto do MPPS/Cesmac que pode transformar vidas”, afirma.
 
 
 
Sobre o APP
De início, o aplicativo Fica Bem vai estar disponível à população para ser baixado em smartphones com a funcionalidade Android, e posteriormente, à disposição do sistema operacional iOS. Assim que baixado no smartphone, é uma ferramenta de fácil acesso e utilização, onde o usuário faz um cadastro e, em seguida, aparece um menu com informações sobre como fazer denúncias de violência sexual.  
Na denúncia é possível informar, em um formulário, os dados da vítima e o grau de violência sofrido. Existem, ainda, botões de ajuda no qual o usuário pode acionar a polícia e a Ravvs. No aplicativo também existem telas com unidades de saúde referência e localização dos hospitais.
Segundo o professor do curso de Sistemas de Informação e integrante do Núcleo de Inovação Tecnológica, ambos do Cesmac, Carlos Lessa Filho, que também é coorientador do trabalho e desenvolvedor do aplicativo, “quanto mais recursos encontramos para ajudar a população melhor, sem falar que hoje em dia o uso de smartphones é um grande aliado nesse processo. É triste pensar que atualmente ainda temos um problema tão grave quanto a violência, atingindo não apenas as mulheres, que muitas vezes não têm como se defender ou não possuem a noção de que estão passando por algum tipo de violência, que pode ser ainda mais ampla indo além da sexual ou física”, reforça.

De acordo com a mestranda Isabela Valente Reis, “o app é de fácil acesso e importante instrumento de orientação para a comunidade.  Além disso, também auxilia no monitoramento, tira dúvidas e disponibiliza o cadastro de três números para contato rápido. Se uma pessoa muitas vezes sente dúvida sobre o assunto, pode estar sofrendo algum tipo de violência, mas tem vergonha, medo  ou até mesmo não sabe como buscar ajuda, o uso do aplicativo pode auxiliar bastante e em poucos cliques o usuário poderá tirar sua dúvida, fazer uma denúncia própria ou de outra pessoa. O processo também pode ocorrer de forma anônima caso a vítima não queira ser vista indo a um local físico ou ter suas informações reveladas pela divulgação no aplicativo”, explica.
O coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica do Cesmac, Prof. Mozart Melo, explica que o desenvolvimento do aplicativo é mais um marco diferencial da Instituição.  “Realmente essa iniciativa é mais um diferencial uma vez que, a integração da comunidade acadêmica com a sociedade é um dos objetivos da nossa IES. O aplicativo é o segundo que o Cesmac disponibiliza gratuitamente ao governo do estado, o primeiro foi o “Violência Zero” para Secretaria de Prevenção à Violência. O trabalho continua e com a implantação em 2021 do nosso Centro de Inovação Tecnológica estaremos cada vez mais preparados para trazer soluções inovadoras que envolvam inteligência artificial, desenvolvimento de aplicativo e robótica. Sempre com o objetivo de encontrar soluções em prol da população carente, envolvendo a pesquisa juntamente com nossos alunos e professores”, ressalta.
 
25 de novembro – Dia Internacional de Combate à violência contra a mulher

A data foi estabelecida no Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe realizado em Bogotá, Colômbia, em 1981, em homenagem as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), dominicanas que ficaram conhecidas como Las Mariposas e se opuseram à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, sendo assassinadas em 25 de novembro de 1960.
No dia 25 de novembro comemora-se o Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher. A data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), dominicanas que ficaram conhecidas como Las Mariposas e se opuseram à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo sendo assassinadas em 25 de novembro de 1960.
25 de novembro como o “Dia da Não Violência Contra a Mulher”, foi decidido por organizações de mulheres de todo o mundo reunidas em Bogotá, na Colômbia, em 1981 em homenagem às irmãs, que responderam com dignidade à violência, não somente contra a mulher, mas contra todo um povo. A partir daí, esta data passou a ser conhecida como o “Dia Latino Americano da Não Violência Contra a Mulher”.
Em 1999, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), proclama esta data como o ”Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra a Mulher” a fim de estimular que governos e sociedade civil organizada nacionais e internacionais realizem eventos anuais como necessidade de extinguir com a violência que destrói a vida de mulheres considerado um dos grandes desafios na área dos direitos humanos. A Campanha Mundial de Combate à Violência Contra as Mulheres se estende até 10 de dezembro, “Dia Internacional dos Direitos Humanos”. (Fonte: fasubra.org.br)