No dia 15 de agosto, a Galeria Cesmac de Arte Fernando Lopes abrirá suas portas para a nova exposição individual "Aquarelas da Alma", do artista Eduardo Bastos. Sob a curadoria da professora Caroline Gusmão, a mostra reúne uma coleção de obras que refletem o olhar introspectivo e a sensibilidade crítica do artista sobre as paisagens e a realidade social de sua cidade natal, Maceió. Eduardo Bastos, arquiteto de formação, traz em suas aquarelas representações que vão além da superfície, capturando a essência e a beleza das imperfeições luminosas que permeiam a vida urbana e humana.
As aquarelas de Eduardo Bastos não apenas retratam os monumentos arquitetônicos e paisagens urbanas de Maceió, mas também exploram temas sociais com uma percepção crítica e sensível. Ao longo da exposição, o público é convidado a refletir sobre a fragilidade e a vulnerabilidade das condições humanas, como a pobreza e a desigualdade, através das transparências e cores que estimulam a empatia no observador. A obra de Bastos é uma celebração da cultura, das tradições populares, e da capacidade humana de transformar vivências em arte, criando um mundo mais colorido e cheio de significado.
A vernissage de "Eduardo Bastos: Aquarelas da Alma" será um evento de entrada gratuita, oferecendo ao público uma oportunidade única de interagir com a iconografia pictórica do artista e obter insights sobre seu processo criativo. As obras, que são mantras do olhar do artista, traduzem não apenas cenas e emoções, mas também a alma de Eduardo Bastos em relação ao mundo ao seu redor, proporcionando uma experiência profunda e envolvente para todos os visitantes.
Sobre o artista:
Eduardo Bastos, arquiteto e artista alagoano, iniciou sua carreira artística concomitantemente aos estudos no Curso de Arquitetura e Urbanismo realizados na Universidade federal de Alagoas. Chamavam atenção do artista principalmente os desenhos arquitetônicos mais artísticos e as representações em perspectiva, que seguem reverberando em suas obras continuamente.
Através dos anos no curso de arquitetura, seu olhar passou a observar com carinho e admiração as edificações antigas de Maceió, o que mais tarde levaria o artista a entrar em contato com o Movimento dos “Urban Sketchers”, uma comunidade global de desenhistas urbanos, cuja missão é produzir, compartilhar e publicizar representações que contem a história dos locais aonde eles vivem e para onde eles viajam.
Além do curso de arquitetura, Eduardo Bastos também estudou desenho e pintura com Pierre Chalita e Salles Tenório, aperfeiçoando-se tecnicamente ao memso tempo em que desenvolvia seu próprio estilo, sua própria poética visual.
Os caminhos da arte de Bastos percorrem representações realizadas em várias técnicas: fusain, óleo e acrílica sobre tela, pasteis secos e oleoso, marcadores, lápis aquareláveis, nanquim, mas, certamente, é através de suas obras em aquarela que o artista ganha seu maior relevo no domínio das artes visuais alagoanas.
A mudança é a lei da aquarela e da vida: em cada novo dia, uma perspectiva diferente a ser apreciada, inúmeras possibilidades de renovados entrelaçamentos entre os sujeitos, a sociedade, os lugares e a cultura. Assim como a água e a tinta se espalham livremente sobre o papel, a vida flui, moldando-se às diversas situações que encontramos. As pinceladas da aquarela, como os acontecimentos da vida, podem ser suaves ou intensas, criando paisagens e situações únicas.
Eduardo Bastos compreende a porosidade entre a arte e a vida. Sua obra traz em si a maturação de um olhar atento à condição humana e à complexidade inerente à existência contemporânea. Fluidez e transformação são norteadoras de suas aquarelas, onde os temas surgem com delicadeza e potência. Suas pinturas chegam aos nossos olhares como uma poética sobre a imprevisibilidade da própria vida.