Docente e discente do PPG Pesquisa em Saúde do Cesmac publicam trabalho inédito sobre uso de própolis vermelha na saúde bucal

A publicação foi no periódico Frontiers um Pharmacology, no dia 29 de novembro

01/12/2021 às 16h30

O artigo inédito intitulado “Propolis in Oral Healthcare: Antibacterial Activity of a Composite Resin Enriched With Brazilian Red Propolis” foi publicado no periódico Frontiers in Pharmacology, no dia 29 de novembro de 2021. O referido periódico pertence ao renomado grupo Frontiers, o terceiro maior grupo do mundo em número de citações.
A pesquisa conduzida pelos Docentes José Marcos dos Santos Oliveira do Mestrado Profissional Pesquisa em Saúde (MPPS) e do curso de Farmácia do Centro Universitário Cesmac, Isabel Cristina C.M. Porto (Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas / PPGCF-UFAL), Ticiano Gomes do Nascimento (PPGCF-UFAL) e Josealdo Tonholo (Programa de Pós-Graduação em Química e Biotecnologia / PPGQB-UFAL) abordou o uso da própolis vermelha de Alagoas na saúde bucal. Mais especificamente, o trabalho inovador trata do desenvolvimento científico na área de materiais restauradores dentários com atividade antibacteriana e do desenvolvimento tecnológico de um novo material restaurador enriquecido com própolis vermelha.
Segundo o Prof. Dr. José Marcos dos Santos Oliveira (MPPS-Cesmac), os resultados demonstram que a o material desenvolvido enriquecido com própolis apresentou atividade contra a bactéria Streptococcus mutans, agente etiológico da cárie dentária. Além desse resultado, o novo material desenvolvido apresentou todas as características mecânicas, físico-químicas e toxicológicas em conformidade com o estabelecido pelas autoridades regulamentadoras da área. Segundo o supracitado docente, “o resultado é um marco no desenvolvimento tecnológico de materiais restauradores dentários, visto que este é inédito no mundo. Para a continuidade de pesquisas como esta que utiliza nossa própolis vermelha, é preciso investir em laboratórios de desenvolvimento e caracterização de materiais dentários e de medicamentos”.
O Prof. Dr. José Marcos destaca que o resultado é fruto da parceria entre as instituições UFAL, IFAL, Cesmac e UNIARARAS e que houve a intensa colaboração entre pesquisadores das mesmas, coautores do trabalho, além da contribuição da discente do MPPS-Cesmac, a mestranda Ingrid Ferreira Leite. A mestranda Ingrid F. Leite foi bolsista de iniciação científica no Programa Semente de Iniciação Científica (PSIC-Cesmac) e atualmente é bolsista integral do MPPS, o que evidencia a importância da iniciação científica para a formação de jovens pesquisadores. O artigo pode ser acessado na íntegra através do link:  https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fphar.2021.787633/full.   
 
Resumo do Artigo em Português
“O objetivo deste estudo foi obter uma resina composta enriquecida com própolis vermelha brasileira (BRP) e realizar a caracterização de sua atividade antibacteriana, propriedades mecânicas e físico-químicas. Extrato acetato de etila de própolis vermelha brasileira (EABRP) foi caracterizado por LC-ESI-Orbitrap-FTMS, UPLC-DAD, atividade antibacteriana, flavonoides totais e capacidade de sequestro do radical DPPH. BRP foi incorporada a uma resina composta comercial (RC) para obter compósito enriquecido com BRP a 0,1; 0,15 e 0,25% (RP10, RP15 e RP25, respectivamente). A atividade antibacteriana RPs foi avaliada contra Streptococcus mutans por teste direto de contato e expresso pela razão antibacteriana. Os RPs foram caracterizados quanto sua citotoxicidade contra fibroblastos 3T3, resistência à flexão (FS), microdureza Knoop (KHN), profundidade pós-cura (CD), grau de conversão (DC%), sorção de água (Wsp), solubilidade em água (Wsl), rugosidade média (Ra) e análise térmica. Foram identificados 50 compostos químicos do extrato de BRP por LC-ESI-Orbitrap-FTMS. EABRP foi bacteriostático e bactericida a 125 e 500 μg/mL, respectivamente. O RP25 exibiu razão antibacteriana de 90,76% após 1 h de contato direto com S. mutans (p <0,0001) enquanto RC não mostrou atividade antibacteriana significativa (p = 0,1865), ambos em comparação com o grupo de controle celular. RPs e RC não apresentaram citotoxicidade. RPs exibiram CD de 2,74 a 4,48 mm, DC% de 80,70 a 83,96%, Wsp de 17,15 a 21,67 μg/mm3, Wsl de 3,66 a 4,20 μg/mm3, Ra de 14,48 a 20,76 nm. RPs mostraram resistência térmica entre 448 - 455 ° C. Os resultados apontam que a própolis pode ser usada no desenvolvimento de resinas compostas modificadas que demonstram atividade antibacteriana e que possuem propriedades mecânica e físico-química compatíveis ao indicado para resinas compostas”.