“Maio Antimanicomial” é tema de atividades no Curso de Psicologia
O evento foi alusivo às comemorações dos 10 anos do PIPAS
07/06/2023 às 10h27
No mês de Maio, o PIPAS (Práticas Integradas de Pesquisa em Atenção à Saúde) fez dez anos. O grupo está vinculado ao curso de Psicologia do Cesmac e tem o objetivo de construir e difundir o conhecimento científico em Psicologia de modo a possibilitar o desenvolvimento pesquisa e práticas de ensino e extensão na perspectiva comunitária da promoção à saúde.
Ao longo destes dez anos o grupo foi crescendo, se tornando um espaço que agrega Ensino, Pesquisa, Extensão e outras atividades acadêmicas. Nove Projetos de Pesquisa, com fomento, na modalidade de Iniciação Científica, de agências financiadoras como a Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (FAPEAL), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Programa Sementes (CESMAC), e sete Projetos de Extensão Comunitária foram desenvolvidos pelo PIPAS, além de atividades acadêmicas vinculadas ao curso e em parceria com a Liga Acadêmica de Psicologia Social (LAPHYSO), o Fórum de Saúde Mental e outros grupos e movimentos sociais da cidade. O grupo é coordenado pelas professoras Renata Guerda e Scheila Chagas, e em parceria com outras professoras do curso de Psicologia: Layse Veloso, Patrícia Tóia e Luciano Bairros.
Na comemoração do aniversário de dez anos, o PIPAS trouxe o tema da Saúde Mental e da Luta Antimanicomial. Segundo a professora Renata Guerda, a escolha deste tema remota a origem da criação do grupo que se reuniu pela primeira vez em 2013 para organizar o II Seminário da Reforma Psiquiátrica. Depois deste evento, os/as estudantes fizeram a provocação para seguir construindo no curso espaços de discussão para falar sobre a formação em Psicologia e o campo da saúde.
O dia 18 de maio é comemorado, em todo o país, o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Organizado por diversos movimentos sociais, grupos, coletivos e entidades, o dia é de celebração e de luta, em espaços públicos, serviços de saúde mental e universidades. De acordo com a professora Scheila Chagas, “o Conselho Federal de Psicologia e o Sistema Conselhos têm adotado a data no seu calendário anual para marcar a responsabilidade da Psicologia no processo da reforma Psiquiátrica brasileira e o nosso curso assina este compromisso juntamente com a principal entidade da categoria”.
Uma das características do grupo é a articulação de atividades que possam transversalizar os eixos pedagógicos das disciplinas, e para esse aniversário, o PIPAS juntamente com os/as estudantes do décimo período (vespertino e noturno), desenvolveram uma programação de atividades vinculadas à Ênfase de Saúde, Promoção e Prevenção, através das disciplinas de "Saúde Mental, Cultura e Territórios” e “Técnicas de Intervenção Grupal”.
Do planejamento das atividades à realização e avaliação, houve um investimento teórico e metodológico para que as turmas problematizassem o tema central da Saúde Mental e da Luta Antimanicomial. A partir disto, foi realizado no dia 18/05 “Intervenções: eu cuido, não prendo. Por uma Psicologia Antimanicomial” e no dia 23/05 a Mostra 18 de Maio: Psicologia, memória e criação na Luta Antimanicomial. A Liga Acadêmica de Psicologia Social também somou nesta iniciativa com a realização de uma vivência com a Arteterapia para discutir as práticas do cuidado em liberdade "Laphysos de Arte”. Todas estas ações envolveram diversas linguagem e aprendizagens, tais como: Oficina de Colagens, Roda de Conversa, Teatro Espontâneo, Varal de Poesia e Mural de Memórias.
Para a professora Patrícia Tóia, foi fundamental o desenvolvimento destas intervenções no curso, pois envolveu de maneira crítica e afetiva estudantes e professores num processo estético de aprendizagens as quais apostamos que são capazes de disparar mudanças efetivas no modo de produzir ações em saúde, de fazer gestão, de reflexão e de proposição de soluções criativas para os problemas que permeiam o cotidiano do trabalho na Saúde Mental.
E para finalizar as atividades do mês, no dia 30/05, o grupo realizou o “Seminário Integrado: Maio Antimanicomial”. A primeira mesa (tarde) teve como tema: “Clínica Ampliada: desafios para o cuidado no território”, com a presença do professor, doutor em Psicologia Social, Sérgio Aragaki (Medicina/UFAL) e da psicóloga, especialista em Saúde Mental, Adriana Tavares (NASF/SMS/Maceió). E na segunda mesa (noite), o tema foi: “Saúde Mental, Direitos Humanos e Sistema Prisional”, com a participação do professor, mestre em sociologia, Leandro Rosa (Curso de Direito/Cesmac) e da psiquiatra Tainá Carvalho (Centro Psiquiátrico Judiciário).
Em dez anos o PIPAS tem muitas histórias para contar, entre os egressos, alguns estão em programas de residência multiprofissional, mestrado no Brasil e no exterior, em serviços e gestão de Saúde Mental. Os trabalhos, publicados em revistas e anais de congressos nacionais e internacionais. Para a professora Renata Guerda, “é um percurso bonito de se viver e ver. Pois, quando pensamos em PIPAS, imaginamos um céu imenso, e é neste horizonte de possibilidades potentes que apostamos na formação em Psicologia e no projeto institucional do Cesmac”.